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Ao passar por uma vitrine e observar as roupas expostas nos manequins é clara a diferença das cores entre algumas peças. Uma calça jeans azul pode aparentar ser mais desbotada que outro modelo da mesma cor ao lado e muito dessa diferença tem origem no tingimento.
A tinta feita com óleo vegetal é mais uma, dentre tantas aplicações industriais do óleo vegetal, material que é perigoso e prejudicial para o meio ambiente, mas também uma inesgotável fonte substituta do petróleo.
A saga do óleo vegetal usado da cozinha até a composição final de qualquer produto acontece após um longo processamento físico-químico em que o material bruto é recolhido de restaurantes, residências e outros espaços que se valem da fritura, até a sua transformação completa para produção de biocombustível, plásticos e pigmentos.
O óleo vegetal é atrativo para o setor de tintas por ser relativamente mais barato e por apresentar resultados satisfatórios, mais leves e duráveis quando comparados às tintas produzidas com subprodutos do petróleo.
“O setor da moda se beneficia muito do óleo de soja, também pode ser usado como corante natural para tecidos no momento em que é adicionada cor às roupas, além de ser parte fundamental na fabricação de diversos tipos de calçados. Esta aplicação serve também para criar cores mais naturais em tintas para impressão não só em tecido, mas em papéis e outros produtos que precisam ter cores estampadas” explica Vitor Dalcin, diretor da Ambiental Santos.
Diferença que se percebe de longe
Esta procura por cores mais naturais e ecológicas é uma demanda do mercado. Os consumidores estão mais atentos com as boas práticas que envolvem reciclar produtos e transformar o que era antes contaminante em algo bonito e prático:
“As cores naturais derivadas do óleo de soja são brilhantes, vibrantes e altamente reflexivas – além de serem mais estáveis e não tóxicas. Para o setor industrial, esta tinta vale ouro pois as cores não mudam ou degradam da mesma forma que os corantes sintéticos. Produtos e bens manufaturados que utilizam estes pigmentos feitos com óleo apresentam cores mais duráveis”.
Além de cores mais vivas – o óleo de soja é naturalmente mais claro que o de petróleo, mantendo estabilidade litográfica durante a impressão, uma vez que a tinta de soja é mais estável do que a de petróleo. Outra vantagem é que a tinta criada com óleo vegetal apresenta menos manchas. Antigamente era usada para impressão de jornais, pois tende a não manchar tão facilmente ou borrar os dedos, e essa qualidade pode ser aplicada em outros segmentos.
“Quando todos os setores da sociedade aumentarem o volume de óleo para reciclagem, os resultados serão percebidos em diversos produtos, incluindo roupas e sapatos. O mundo está apostando em cores mais vibrantes e ecologicamente mais corretas” completa Vitor.