A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, informou nesta quinta-feira que determinou o afastamento cautelar de sete estudantes suspeitos de criar um grupo no WhatsApp para compartilhar figurinhas de cunho racista, homofóbico e nazista. A instituição tomou conhecimento do caso em agosto, após uma denúncia anônima, e abriu processo na ouvidoria para apurar os fatos. O caso também foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR).
Segundo a UEPG, em até 30 dias, com o término do inquérito administrativo, os infratores podem sofrer as medidas disciplinares previstas no regimento institucional, que incluem a expulsão do curso. A conclusão do inquérito será enviada ao MPPR.
Em nota, a UEPG disse que intensificará ações de sensibilização sobre direitos humanos junto à comunidade interna.
Entenda o caso
Imagens obtidas pelo portal Plural Curitiba mostram a interação de ao menos 10 alunos, a princípio em um mesmo dia, entre 20h48 e 21h01. Neste intervalo, apenas uma pessoa sai do grupo. Outra que de início escreve “Vocês acham engraçado mesmo?” depois também compartilha imagens preconceituosas. A data em que as mensagens foram enviadas não aparece nas capturas de tela.
Um dos stickers tem os dizeres “Opa Opa Preto aqui não” sob uma foto de membros da Ku Klux Klan, organização terrorista de extrema-direita, fundada nos Estados Unidos, que se autoproclama supremacista. Entre as mensagens, estudantes ainda enviaram um sticker que diz: “toda vez que alguém posta essa figurinha um preto é baleado”. O conteúdo foi compartilhado no grupo ao menos dez vezes.
Também é possível ver uma figurinha de Hitler sorrindo com uma suástica e outra do presidente Jair Bolsonaro com os dizeres “Opa Opa Gay aqui não”. Frases homofóbicas como “homem de verdade bate em viado” compõem as mensagens.
Procurado, o Ministério Público do Paraná afirmou que foi instaurado procedimento para apuração do caso, que tramita sob sigilo.