Jornal do Povo Paraná

Ippuc volta traçar a Curitiba do futuro pelo macro e micro planejamentos

Ao assumir a Prefeitura de Curitiba, uma das prioridades do prefeito Rafael Greca foi resgatar o processo de planejamento urbano com vistas ao futuro, mas sem deixar de lado as demandas locais.

A união do macro e do microplanejamentos foi tarefa assumida pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e já iniciada com a elaboração de projetos de curto, médio e longo prazos para o avanço da gestão urbana e da atuação das equipes do instituto em consonância com as demandas das dez administrações regionais.

Os estudos em curso no Ippuc envolvem a Conectora 3 e projetos estruturantes de ligação viária metropolitana, como a construção da trincheira da Rua Angelo Burbello sob a BR-116 e da alça de acesso do viaduto da Vila Pompéia, no Tatuquara, e o término do trecho Norte da Linha Verde, da Rua Fagundes Varella até a o Atuba.

No campo do microplanejamento estão os projetos para o atendimento a demandas locais, como o terminal de transporte junto à Rua da Cidadania do Tatuquara, o Restaurante Popular sob o Viaduto do Capanema, a realização de feiras nas áreas cobertas de todas as Ruas da Cidadania.

Outro projeto é a Prefeitura sobre Rodas, uma inovação sugerida pelo prefeito para aproximar a estrutura de serviços públicos da população que vive em regiões de expansão recente e que ainda carecem de infraestrutura.

Conectora 3

A Conectora 3 será um novo eixo estrutural de Curitiba no sentido leste-oeste da cidade nos moldes do sistema trinário, com transporte circulando por canaletas exclusivas.

Delineada em meados da década de 70 para ligar a então recém criada Cidade Industrial ao restante da estrutura urbana de Curitiba, a Conectora 3 e também as demais paralelas a ela foram contempladas na recente revisão do Plano Diretor como eixos de desenvolvimento.

Estruturada de leste a oeste ela possibilitará a conexão da Rede de Transporte aos corredores Norte-Sul, Linha Verde e Boqueirão, ampliando a oferta de deslocamentos integrados. “Vamos começar a desenhar a grande Conectora 3. É a obra que eu escolhi para marcar os meus quatro anos na Prefeitura de Curitiba. Está na hora de fazer funcionar as conectoras, pois só temos a Conectora 5, que termina no viaduto da Volvo e não se completa”, disse Greca.

Vindo do oeste para o leste, a Conectora 3 parte da CIC, passa pela Fazendinha, segue ao Portão, onde encosta na estrutural Norte-Sul, depois segue pela Avenida Wenceslau Braz, entra na Vila Lindóia e, de lá, à Vila Hauer e ao Boqueirão.

Vale do Pinhão

O Vale do Pinhão é um projeto desta gestão que já deixou a prancheta do Ippuc para virar realidade. A proposta do desenvolvimento de um Ecossistema de Inovação, a partir do Engenho da Inovação (antigo Moinho Rebouças) já está em plena atividade, capitaneada pela Agência Curitiba de Desenvolvimento.

Inserido no mapa da cidade no traçado que parte do Centro rumo ao bairro Rebouças, no caminho onde foi primeiro Distrito Industrial do município, o Vale do Pinhão surge como um embrião para o fomento de startups, que terão o suporte do município, e de instituições de ensino e pesquisa para a materialização de inovações. “Apostar no ecossistema da inovação é confiar na juventude”, disse o prefeito.

O projeto está ancorado em instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Paraná, a PUCPR, a UTFPR, IFPR, a Unicuritiba, a Fesp, a UP, o Lactec, o Senai e o Sesi e ainda o Jardim Botânico, importante banco genético da flora nativa, além de centros hospitalares de excelência.

O diretor-técnico da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Tiago Francisco da Silva, afirma que o projeto está estruturado para buscar as melhores soluções para a cidade. “Curitiba é campo de teste para grandes marcas, deu certo aqui, dá certo em qualquer lugar. Aliado a isso, temos um cenário de 88% dos universitários querendo empreender, é um grande campo a ser explorado.”

Restaurante do Capanema

A reativação do Restaurante Popular do Viaduto do Capanema é mais uma proposta do prefeito que está próxima de acontecer. Com a recuperação do espaço, a Prefeitura vai devolver à cidade o primeiro restaurante popular do Brasil.

A unidade, localizada sob o viaduto do Capanema, próximo à Rodoferroviária, tem novo projeto e será reativada com capacidade para servir mil refeições por dia.

“As arcadas do Capanema, embaixo do viaduto histórico, voltam a ter o restaurante popular. Já foi restaurante a R$ 1,00. Agora vai ser grátis para quem é muito carente, R$ 2 para quem faz parte do Bolsa Família e R$ 5 para os demais”, disse o prefeito.

A praça de alimentação será equipada com mesas e cadeiras retráteis, lavatórios e banheiros, com áreas de circulação independentes do setor onde serão manipulados os alimentos. O custo estimado da obra é de R$ 1,8 milhão, incluindo equipamentos e mobiliário.

Para atender às normas da Vigilância Sanitária, no Restaurante Popular do Viaduto do Capanema os alimentos chegarão prontos para ser servidos. Não haverá cozinha, mas um espaço para a inspeção dos alimentos por um nutricionista.

O fluxo de entrada e saída das pessoas foi pensado de forma a possibilitar que o restaurante funcione dentro de uma lógica na qual seja possível que cidadão tenha acesso aos lavatórios na chegada, siga ao buffet para fazer a escolha do alimento, acesse as mesas e, na saída, deposite o prato para que seja higienizado e devolvido limpo ao próximo cliente.

Na parte externa ao restaurante, de frente para a Avenida Affonso Camargo, estará o espaço de atendimento da Fundação de Ação Social que deverá funcionar como um receptivo para o cadastro de pessoas em situação de vulnerabilidade que terão prioridade no uso do espaço. No espaço oposto, de quem desce pela rua Ubaldino do Amaral, estará o posto da Guarda Municipal.

Inaugurado em novembro de 1993, durante a primeira gestão do prefeito Rafael Greca, o Restaurante Popular do Viaduto do Capanema conquistou o Brasil pela proposta pioneira de oferecer refeições de qualidade, na época, a R$ 1. A construção foi fechada no começo de 2000. De lá para cá, o imóvel estava sendo usado como abrigo para pessoas em situação de risco e usuários de drogas.

Prefeitura sobre Rodas

O projeto criado para levar os serviços públicos ao alcance dos cidadãos em áreas de expansão recente é mais uma ideia do prefeito que toma forma no Ippuc.

Curitiba sempre teve como prioridade dar a contrapartida aos impostos pagos pelos curitibanos com o atendimento público de qualidade. A cidade foi pioneira na descentralização dos serviços municipais, com a criação das freguesias na década de 80, depois transformadas em administrações regionais e equipadas com as Ruas da Cidadania, a partir de 1993. “Agora, nossa cidade volta a ser protagonista da sua própria história”, afirmou o prefeito.

Na Prefeitura sobre Rodas os serviços estarão embarcados em ônibus articulados e serão levados a cada um dos bairros onde os cidadãos ainda não contam com equipamentos e serviços próximos de casa.

Núcleos volantes da Saúde, da Educação, da Fundação de Ação Social, da Cohab, da Urbs, da Fundação Cultural e do Abastecimento e também serviços da Copel, da Sanepar dos Correios e até mesmo a Justiça no Bairro estarão dispostos nos ônibus especialmente estruturados para o atendimento ao público.

Os ônibus terão energia gerada por painéis fotovoltaicos e todos os equipamentos necessários para que cada serviço possa ser prestado com qualidade, desde atendimentos primários de saúde, como o da retirada de pressão e testes de diabetes, o cadastramento para serviços da FAS, a geração de guias pelo Urbanismo, a emissão de cartões transportes pela Urbs, a recreação e orientação pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

Fonte: PMC

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