O Brasil tem sido o principal destino dos haitianos e somente Curitiba tem 2,5 mil imigrantes daquele país registrados na Polícia Federal. A Assessoria de Direitos Humanos da Prefeitura de Curitiba trabalha com um número maior, com a estimativa de 4 mil haitianos morando em Curitiba e região metropolitana.
O Haiti está assolado pela miséria desde 2010, quando foi atingido por um terremoto e a opção de busca de uma vida melhor para muitos tem sido a imigração.
“O atendimento aos haitianos tem sido realizado de forma pioneira pela Prefeitura de Curitiba. Com relação ao trabalho e emprego, a secretaria tem realizado feiras com intérpretes para melhor atendê-los e parcerias que visam facilitar a intermediação de mão de obra e a oferta de cursos. Conforme a lei, os haitianos legalizados têm os mesmos direitos trabalhistas do que os brasileiros” diz a secretária do Trabalho e Emprego e Vice-Prefeita Mirian Gonçalves.
Em Curitiba, muitas empresas tem encontrado nesses trabalhadores uma boa opção de mão de obra. É o caso da Viação Pluma, com sede no Pinheirinho, que emprega três haitianos, contatados através do Sine Curitiba. “São trabalhadores assíduos, pontuais e extremamente profissionais”, diz Marcos de Salles, técnico de segurança de trabalho da Pluma.
Apesar das dificuldades encontradas, como a língua, as diferenças culturais, a falta de tempo e de dinheiro para o lazer e a distância de familiares e amigos, muitos afirmam gostar do Brasil. “Quando se tem emprego, o Brasil é o melhor dos países”, diz Junould Joseph que entrou no Brasil por Rondônia há seis meses e, com intermediação do Sine, está empregado na construção civil, com todos os direitos.
O estrangeiro tem os mesmos direitos trabalhistas de um trabalhador natural do Brasil, como 13º salário, FGTS e férias de 30 dias, entre outros. Também vale destacar a jornada padrão de 8 horas diárias ou 44 por semana, com um dia de folga, preferencialmente aos domingos.
Kelly Cledor, de 29 anos, está há sete meses no Brasil. Indicado por conterrâneos, fez a ficha do Sine e logo foi chamado. “Aqui sou bem tratado. O emprego é bom e já fiz amigos. Quero ficar”, diz animado. Evens Gonaives, de 35 anos, surpreendeu os chefes. Contratado para montagem de câmbio, revelou ser um mecânico profissional. “Estamos satisfeitos com o trabalho deles. Conhecem o serviço, executam com perfeição as tarefas e, apesar de estarem no posto de ajudantes, podem ser considerados profissionais”, diz o chefe deles, o gerente de manutenção da Pluma, Robson Costa.
Ligean Corvie deixou mulher e filho de 1 ano no Haiti. “O emprego me permite enviar todo o mês recursos. Isso me anima estar no Brasil, apesar da saudade e da distância”, diz ele, que sonha trazer toda a família para Curitiba. “Eles vão gostar. Aqui é outro mundo”, afirma.
Emprego
O primeiro passo para conseguir um emprego é ter em mãos a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Para emissão da CTPS, o trabalhador estrangeiro com estada legal no País deve dirigir-se à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Lá ele também recebe orientação acerca dos documentos necessários. O endereço é: Rua José Loureiro, 574, Centro. Telefones: 3901-7508 e 3901-7509.
Após a emissão da mesma, o trabalhador estrangeiro pode dirigir-se à sede da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego para cadastrar-se no SINE e ser encaminhado para uma oportunidade de trabalho.
O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 9h às 17 horas, na Rua da Glória, 362, 5º andar. Os telefones de contato são: 3221-2926 e 3221-2924. Se preferir, o trabalhador pode se dirigir a um dos postos do SINE em qualquer Rua da Cidadania.
Fonte: PCM